sábado, 25 de fevereiro de 2012

Aula de Economia


De autor desconhecido recebi o seguinte texto:
Veja só que matemática interessante:
Numa cidade, os habitantes, endividados, estão vivendo às custas de crédito.
Por sorte chega um gringo e entra no único hotel.
O gringo saca uma nota de R$ 100,00, põe no balcão e pede para ver um quarto.
Enquanto o gringo vê o quarto, o gerente do hotel sai correndo com a nota de R$ 100,00 e vai até o açougue pagar suas dívidas com o açougueiro.
O açougueiro, pega a nota e vai até um criador de suínos a quem deve e paga tudo.
O criador, por sua vez, pega também a nota e corre ao veterinário para liquidar sua dívida.
O veterinário, com a nota de R$ 100,00 em mãos, vai até à zona pagar o que devia a uma prostituta (em tempos de crise essa classe também trabalha a crédito).
A prostituta sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde levava seus clientes; e como ultimamente não havia pago pelas acomodações, paga a conta de R$ 100,00.
Nesse momento, o gringo chega novamente ao balcão, pede sua nota de R$ 100,00 de volta, agradece e diz não ser o que esperava e sai do hotel e da cidade.
Ninguém ganhou um vintém, porém agora todos saldaram suas dívidas e começam a ver o futuro com confiança!

Moral da história: Quando o dinheiro circula, não há crise !!!
Essa lição de economia é muito interessante e nos mostra com clareza o que acontece. Não dá para não entender. Mas, na prática, vez dá certo, vez não dá certo. Vamos ver um exemplo em que deu certo.

Bolsa Família

Para muitos o bolsa família é um 'dar dinheiro para vagabundo'. Naturalmente, essa é sempre a visão da oposição, embora a ideia tenha nascido no Governo do PSDB e ampliada no Governo do PT.

E o que é na realidade?

Um país moderno, obrigatoriamente, terá que apresentar a menor diferença possível de renda entre os mais pobre e os mais ricos ou classificar, com grande poder aquisitivo, grandiosa parte de sua população na chamada 'classe média' . O Brasil não preenche nenhuma dessas alternativas.

O povo brasileiro ganha/fatura anualmente um volume de R$ 3,675 trilhões. Se tivéssemos igualdade total de renda, cada brasileiro receberia mensalmente R$ 1.536,49 como salário. Mas, isso não acontece, pois o brasileiro, segundo sua classe social (A-E) recebe mensalmente o que segue:


Só que, 50% dos brasileiros são da Classe C, porquanto recebem entre R$ 726,26 e 2.012,67. E outra grande parte (mais de 25%) recebe menos de um salário mínimo, enquanto que uma pequeníssima parte (1%) recebe uma fortuna por mês: de acima de 9 mil reais até 'o céu é o limite'. Tem um sem número de brasileiros, que ganham dezenas de milhões de reais por mes.

Por isso, o Bolsa Família, como programa de redução das desigualdades sociais e da pobreza, tenta reduzir a enorme desigualdade de renda presente no Brasil, atendendo aos mais pobres - cifrados em mais de 13 milhões de famílias - com ajuda mensal variando entre R$ 32 a R$ 306. Isso, já foi suficiente para elevar a renda familiar da Classe E para valores próximos ao Salário Mínimo.

E o que tem a ver com a história acima?

Ora, isso é 'um negócio da China'. Veja este exemplo: Se um pobre/miserável recebe R$ 100 de Bolsa Família, já dá para pagar a bodega ou a conta de luz ou comprar roupa. E, se são 13 milhões de famílias, então o poder de compra dessas pessoas seria de quase 1,3 bilhão de reais todos os meses, que seriam investidos em mercadorias e serviços, produzindo mais renda, mais empregos e, também, mais impostos.

Como a carga tributária no Brasil está a mais de 30%, isso significa que o Governo 'ganharia', no nosso exemplo, mensalmente bem mais que 390 milhões de reais diretamente só com o Bolsa Família. Bem, mas esses são os ganhos diretos, se contarmos os ganhos indiretos, teremos cifras de 2 a 10 vezes superior a esses valores.

E como funciona isso?

O dono da bodega, em vender mais, vai precisar de um ajudante e, principalmente, de comprar mais mercadorias junto ao distribuidor, bem como utilizar-se de mais serviços (como telefone, água, luz, transporte, plano de saúde, etc.). Com isso há mais empregos, mais compras, maior taxa de prestação de serviços e mais impostos. O distribuidor, por sua vez, vai também empregar mais pessoas e comprar mais mercadorias dos fornecedores/indústria e utilizar-se de mais serviços. Da mesma forma vão se comportar os fornecedores e as indústrias.

Esse círculo é como uma bola de neve. No fim, todos ganham e crescem. O pobre recebe o dinheiro e faz compras provendo a circulação desse na economia do país, que retorna em dobro para o Governo em forma de impostos. Mas, não digam isso aos opositores do Bolsa Família, pois é bem possível quem mudem de opinião.

Acelino Pontes

9 comentários:

  1. Caro Acelino,

    a estória só funciona porque nessa economia existem apenas agentes econômicos altruístas. Não existe um banco que, sem dúvida, cobraria, além do principal (R$ 100,00), os juros. E olhe que um banco é fundamental para a circulação do dinheiro! A moral da estória deveria ser: quando o dinheiro circula, há geração de renda e/ou de inflação.

    Abraços,
    Arlan

    ResponderExcluir
  2. Tenho duvidas de que o Bolsa Familia começou com o PSDB.
    O que vejo é uma briga de paternidade. É sempre assim: primeiro joga pedra, depois se dá certo, sempre encontramos algum grupo que diz : somos o primeiro a realizar tal coisa!A meu ver, o PSDB não tem perfil para iniciar um programa deste tipo.
    Abraços
    Sonia

    ResponderExcluir
  3. Meu caro Arlan,
    vc está coberto de razão. O banco é realmente um problema sério. Veja a situação da Grécia & Cia. E o exemplo do Bolsa Família é exemplo de que a circulação de dinheiro nem sempre leva à inflação ...

    ResponderExcluir
  4. Minha cara Sonia,

    realmente o PSDB de FHC e seguidores não tem perfil de política social. Só que, o FHC tinha uma esposa extremamente inteligente e não tinha perfil de 'Primeira Dama', porquanto se impôs com um projeto social, que redundou no Bolsa Família. Então, o crédito é de dona Ruth, não do PSDB ou do FHC, mas realizado no Governo FHC, por incrível que pareça.

    ResponderExcluir
  5. Perfeito. Dona Ruth foi a pessoa social por tras do FHC.

    ResponderExcluir
  6. Vamos pedir ao Lula para nos explicar quem criou o bolsa família e qual a opinião do Lula sobre o bolsa família, durante o governo de FHC


    Fala aí Lula, o microfone é todo seu:

    http://www.youtube.com/watch?v=pllHcXjqJQQ

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Meu caro José Geraldo,

      assiste-lhe grande razão quando indica o uso de determinadas políticas públicas como ferramenta eleitoral. Isso é reprovável. E o Lula reconhecu isso antes. Mas, desse reconhecimento tratei de forma cínica no meu recente essay (História Brasileira de Trancoso).

      Entretanto, o Bolsa Família é política pública que deve ser encarada por todos os governos, indiferentemente de qual seja a sua matiz ideológica. Isso está bem descrito no artigo acima.

      Infelizmente, o jogo político leva aos partidos de oposição sempre se mostrarem contrários às políticas públicas que lhe 'prejudiquem' eleitoralmente, quando só deveriam criticar as políticas de governo. O Lula não foi feliz, em estando na oposição, tentar transformar o uso indevido e eleitoral dessa importante Política Pública de combate á pobreza como discurso de oposição. Com menor propriedade ainda, quando ele, mais tarde, vai dar grande ênfase à essa política, não sem ganho eleitoral indevido.

      Só para deixar mais claro. Política Pública é toda ação de governo que é obrigatória, como educação, saúde, combate à pobreza, etc. Já, como Política de Governo entende-se todas as ações governamentais optativas; nem todo governo está obrigado a seguir, como a regulamentação da taxa básica de juros ou imposto de importação, elevação do salário do professor, etc. Para melhor entender a diferença recomendo o link: http://www.imil.org.br/artigos/sobre-politicas-de-governo-e-politicas-de-estado-distincoes-necessarias/.

      Se algum partido de oposição quer usar eleitoralmente o Bolsa Família, que o use propondo aumento de valores ou a ampliação do sistema. Isso é eticamente válido e terá grande efeito eleitoral, além de, aumentar em muito o retorno pelo aumento da arrecadação, como comprovado acima.

      Excluir
  7. Bem Sres. deixemos a discussão dos resultados utópicos (é como discutir sexo dos anjos), e vamos apreciar a realidade.

    Desde de que estes programas, foram instituídos beneficiando muito mais o Nordeste dos que as outras regiões, notamos que: Quem trabalhava produzindo alguma coisa para o seu sustento em seu pequene pedaço de chão, agora, prefere deixar abandonada a propriedade ficar sentado numa cadeira consumindo cachaça, ou de espingarda na mão matando passarinho (é agora há tempo para isso); Esse é um lado, o outro: os filhos dessa população Nordestina, também, não vão trabalhar, preferem a ociosidade e na ociosidade se viciam nas drogas, logo, afim de satisfazerem seus vicios batem em pais, agridem avós e em alguns casos, até matam para se apoderarem dos poucos reais e consumirem drogas. E, como a Justiça e Polícia nestes Estados não são muito séria, em pouco tempo estão em São Paulo, onde praticarão outras perípécias, tudo opotunizado por estes programas Sociais. Basta darem uma olhadinha no Centro de da Cidade de São Paulo, todos os dias a noite, que notarão um EXERCITO INFINITO DE DROGADOS (zumbis) DO NORDESTE MUITOS COM PAIS, FILHOS, CRIANÇAS DE COLO MULHERES, MAS, UM EXÉRCITO INCONTÁVEL TODOS JOGADOS NAS CALÇADAS ...

    Portanto, acho que éssa não é a maneira correta de distribuir riqueza, porque ante a gerar desenvolvimento, na verdade o que o programa traz, se analizarmo fria e detidamente,são problemas sociais de vulto, com impacto na saúde, nos serviços de assintencia social, na segurança pública. Enfim, se formos estabelecer a lei de compensação do que se ganha e perde, o que se destina a esssas pessoas, na verdade é um grande prejuizo material e moral, para a população e o País.

    Tenho dito ...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Essa não é uma imagem que faço da situação. Ontem mesmo, estive numa região extremamente pobre próxima a Fortaleza (a uns 200 km) para fazer uma palestra a jovens do 2.º Grau. Os pais desses jovens eram quase todos beneficiários dos programas sociais do governo. Lá ouvi de líderes comunitários, que uns 3.000 cidadãos anualmente (em época de seca) viajam para SP com a finalidade de 'ganhar dinheiro', pois com bolsa família não dá para sustentar a família e a seca não deixa outra solução. Só que, passados uns 6 meses a grande maioria desses 'viajantes' retornam ao município de origem. E os que ficam em SAMPA restam muito bem empregados e não como 'zumbis'.

      Depois, temos que acabar com essa 'estória' de que nordestino não trabalha ou não quer trabalhar. Se olharmos os índices de crescimento economico das regiões brasileira, é justo o Nordeste a região que mais cresce. E nunca vi crescimento economico sem forte paticipação laboral da população, bem como, sem o necessário investimento público.

      Agora, assim como brasileiros de outras regiões, o nordestino só 'planta' quando tem certa certeza de chuva. Caso contrário, se plantar, com o prejuizo, vai ficar mais pobre do que antes.

      Por fim, assistencia social não é esmola e nem 'bondade' de nunhum governo ou país. E' simplesmente um direito líquido e certo de todo cidadão de qualquer parte do planeta, garantido pela Declaração dos Direitos Humanos da ONU e pela constituição de todos os países democráticos do mundo. E também não é política de governo (que pode ou não pode ser implemtada); é política pública, de cuja implementação se impõe como OBRIGATóRIA a todos os governos.

      Nós, brasileiros, temos que nos emancipar culturalmente e começar a pensar como seres dotados do racional e abonar as emoções nas questões fundamentais da existencia humana. Deixemos as emoções para o futebol e o carnaval ...

      Excluir

Postagem em destaque

Sou idiota ou sou burro?

Vejamos esse fenômeno na área política. Os políticos, sempre quando nada têm a dizer ou não querem falar a verdade, há muito estã...