quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Lar Doce Lar



Casar constituir família e eu onde fico nisso tudo? Por que devo me casar? E as perguntas não ficam por aí, mas as respostas são parcas e não convencem. Está certo, que o amor aos e dos filhos é importante, mas não é tudo na vida, em especial, quando circunstâncias outras me 'empurraram' para o casamento.

Uns se casam por se dizerem apaixonados. Mas, o que é estar apaixonado? Já se diz até que se apaixonar é doença, e grave; pelo menos, já há filme afirmando isso. Outros dizem que casam porque a família ou a sociedade obriga, senão vão pensar que sejam gay. Ou ainda, que é assim que Deus determinou. Os mais abusados dizem que precisam de uma ‘doméstica’ ou precisam de alguém para lhe sustentar.

Certamente, cada um terá a sua desculpa, mas com certeza, a desculpa não servirá do nada, muito menos ainda para garantir um 'Lar doce Lar'. Isso é tão verdade, que até brinco com quem me anuncia seu casamento: - Bem, pelo visto, o casamento está marcado, mas quando será o divórcio?

A constituição de uma família é um passo sério e não pode se realizar dentro de um ambiente de impulsos. Pois, sem pais felizes, realizados e conscientes do que estão fazendo, a educação e o surgir dos filhos fica em frangalhos. Mas, não é o que vemos nos casamentos de hoje. Aos tempos dos gregos e dos romanos, casamento era tão somente um contrato social regrando o patrimônio, a situação social e a sucessão. Os prazeres, gregos e romanos buscavam em outras companhias.

Eu preciso saber porque devo casar e o quê almejo com o casamento. Pelo contrário, como vou saber se realizarei o meu intento, o meu desejo? Não posso tentar enganar a outrem, muito menos ainda a mim mesmo. Alguns entram numa aventura do enganar ou do deixar acontecer e depois findam profundamente decepcionados, pior ainda sozinhos, isolados no próprio casamento. Esse fica apagado, sem gosto; aquilo que dá prazer e alegria fica fora dele. 

Mas, será que não há casamento feliz, apenas tranquilo?

Não, sei! Por outro lado, pode-se e deve-se indagar: casamento precisa de amor? Tem gente que opta pelo sim. Mas, há muito casamento sem amor, só com tolerância e 'acordos'. Não devemos esquecer que o casamento não deixa de ser um simples contrato religioso ou cartorial, ou seja, eu faço um acordo com outra pessoa para vivermos juntos, com a possibilidade de formar uma comunidade chamada família. Há até casamento sem a obrigação de vida sexual ou íntima.

A expressão sexual no casamento parece-me ser o ponto chave (de grande tensão) na maioria dos casamentos. E muita gente casa não com alguém, mas com uma figura imaginária de filme ou de romances ou de qualquer um outro fruto do imaginário, desejando realizar um 'amor' idealizado na própria mente, que, em via de regra,  nunca consegue realizar. Se não consegue viver esse 'amor', então surge a infelicidade, a desilusão.

O sexo é carnal, animalesco. Ele não se deixa racionalizar ou enobrecer, muito menos ainda, se pode erguer a prática sexual a algo 'romântico' e fiel. Estamos tratando de um instinto movido por hormônios, que não sabem o que é fidelidade. Mas, se a fidelidade não está presente no casamento, o conjugue aguarda, pelo menos, uma assiduidade na vida sexual. Em contrário, vem a dúvida, pior ainda, o ciúme. Está iniciado o fim do casamento, pelo menos para um dos dois.

Só foram formuladas algumas pinceladas sobre o casamento. O assunto é por demais complexo e merece uma reflexão muito mais ampla. Assim, coloco a canção abaixo para lhe inspirar no realizar um questionamento pessoal sobre o assunto, na esperança de você postar a sua opinião como comentário.

Lar Doce Lar
Renato e Seus Blue Caps

Quando eu me casei pensei
Ter um lar doce lar
Mas agora eu já sei
Você quis me enrolar

Quando eu lhe conheci
Você era boazinha
Só fazia o que eu queria
Era mesmo uma santinha

Quando eu me casei pensei
Ter um lar doce lar
Mas agora eu já sei
Você quis me enrolar

Um ano depois, você
Veio a se transformar
Demorou mas conseguiu
Suas unhas me mostrar

Quando eu me casei pensei
Ter um lar doce lar
Mas agora eu já sei
Você quis me enrolar

Não me deixava dormir
Nem mesmo ler meu jornal
Você dava esses tapinhas
Era muito natural

Quando eu me casei pensei
Ter um lar doce lar
Mas agora eu já sei
Você quis me enrolar

Bem cedinho levantava
Correndo pra trabalhar
Quando o dia terminava
Não queria mais voltar

Quando eu me casei pensei
Ter um lar doce lar
Mas agora eu já sei
Você quis me enrolar

Juro que se eu pudesse
Pôr alguém no seu lugar
Com uma fera eu casaria
Acho, iria melhorar

Quando eu me casei pensei
Ter um lar doce lar
Mas agora eu já sei
Você quis me enrolar . . .”

Acelino Pontes

21 comentários:

  1. Muito bom este artigo. Que pena que decidir entre a razão e a emoção não é tão simples assim. :(
    O vida difícil! kkkkkkkk

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  2. Que bom que tem mais pessoas questionando a instituição...casamento.
    O casamento ficou legalizado no começo da república...até 1970, quando foi legalizado o divórcio.
    Por isso eu pergunto: será que o casamento, tal como o conhecemos...consegue formar uma família saudável e feliz? e se não consegue, como vemos por todos os lugares, para que continuar com essa instituição falida?
    Quem sabe uma nova forma das pessoas se envolverem de uma forma sem tanta ilusão, tanta paixão(que é uma doença que dura nomáximo 3 anos). mas tendo interesses que se complementam...se forem amigos leais acima de tudo...em alguns casos se cada um morar em casas diferentes, não seria bem mais saudáveis?
    O que precisamos primeiro é aprender a nos amar, para não fazer do outro a nossa muleta...hehehe

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  3. Não me parece que estamos questionando o casamento em si, que além de símbolo social, certamente tem a sua funcionalidade.

    Entretanto, não estamos lidando com essa instituição de forma adequada ao nosso tempo.

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  4. acelino, talvez se consiga planejar.
    o números de filhos e lutar pela condição social.
    mas não da para saber o tempo que pode durar o casamento nos dias de hoje.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Achei exagerada a sua visão de sexo. Normalmente, vinda de homens. E como tal, deveria refletir, você possui racionalidade, não controla seus instintos? O homem não pode ser fiel por causa dos instintos animalescos? É engraçado como o homem só gosta de se comparar a um animal nesse aspecto. Poderia levar em consideração que existem espécies que se relacionam com um só parceiro por toda a vida. Claro que isso é raro acontecer com a humanidade. Eu acredito no casamento e que duas pessoas podem sim desenvolver um relacionamento baseado no companheirismo, amor, amizade, confiança e acima de tudo, respeito. Quando um desses se perde, já era. O melhor é o divórcio, cada um no seu canto e felizes. Não sou religiosa, não tenho religião, mas a nossa sociedade foi moldada assim, e aos poucos o casamento vai mudando a sua configuração, mas não deixa de ser uma instituição e uma forma de as pessoas afirmarem o desejo de se unir e mostrar a todos essa união.

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  7. Minha cara Bia,

    se coloquei a união 'sexual' em evidência, mais do que as outras bases de um casamento não foi para dar mais importância a esse tipo de união. Apenas tentei produzir algumas pinceladas sobre o tema. Talvez tenha docado as mais polêmicas.

    A minha dúvida continua sendo qual 'tipo' de casamento se deve almejar e como se livrar do instinto na hora da escolha. Acredito que essas duas questões fundamentais nem sempre são solucionadas de forma sábia.

    A questão da fidelidade é outro assunto muito polêmico. Após o tal 'ficar' não sei mais se a mulher ainda demonstra uma tendência maior pela fidelidade. Tenho dúvidas sobre se felicidade deveria ser uma obrigação (deve ser assim) ou uma qualidade do relacionamento a ser construida pelos parceiros.

    Mesmo assim, gostei muito das suas pertinentes ponderações. Obrigado pelo comentário.

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  8. infelismente o casamento esta entrando em extinçao.hoje em dia tudo e visualizado para a vida sexual,bens e as finanças em geral.nao ha amor e sim um contrato.daqueles que se eu morrer voce fica cm a pensao e enquanto nao ocorre voce se torna uma empregada domestica sem questionamento de pagamentos,ferias e 13 salario.uma vez que vc ja ganha casa,comida e roupa lavada,isso eu ouço do meu marido e ainda tenho que aturar a mae dele que passa a mao na cabeça dele e do filho que teve com a ex falecida que tem 30 anos e tratam como um menyno de 10.tudo no comerço e flores...

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  9. Como eu gostaria que meu casamento tivesse dado certo...acredito no amor,no romantismo,nos sonhos a dois, acredito na família como base de tudo para a vida, acredito na cumplicidade, na união entre corpo e alma...mas, enfim, não deu certo.E, assim passaram-se dezoito anos; filhos criados (com muito amor e sacrifício),olhando pra frente,sempre...
    Mas,caro amigo, vê-se que hoje as pessoas parecem ter medo de amar, de se entregar a esse amor, de perder a "liberdade"(que bobagem),é tão bom ser livre perto de quem se ama.Por isso, apesar de todas as adversidades, ainda acredito na convivência a dois como forma de felicidade.Abço!!

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  10. O verdadeiro casamento não precisa ser necessariamente duas assinaturas juntas em um contrato,uma igreja, uma festa, padrinhos, presentes e afins, mas sim em um grande e honesto desejo de estarem juntos e perpertuarem uma família!
    Há muitas pessoas que vivem juntas sem ao menos serem casadas "oficialmente" e vivem muito feliz, mas do que quem o é no papel!
    Há muitas formas de casamento, porém o que perdura é sempre aquele baseado no amor, respeito, companherismo e fidelidade!
    Casar ou não, o que importa é sermos sempre felizes com a pessoa escolhida e amada!

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  11. Adriana,

    obrigado por suas sábias palavras. Você conseguiu resumir em poucas linhas todo o conteúdo de um feliz 'casamento'.

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  12. o casamento e bom só no começo mas quando vem o fim ai sim você conhece a outra pessoa sem porque
    passei por isso sei porque passei por isso e sofri muito já que meu marido não aceitava o fim.

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  13. ola MEU NOME E SUZANA O casamento e bom só no começo sei porque sofri muito com o fim do meu casamento e sofro ainda meu marido não aceita e cada vez e mas complicado ele não aceita o fim !

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  14. ACHO Q AMOR NÃO EXESTI POIS QDO ACHEI TER ENCONTRAR O AMOR DA MINHA VIDA E ME SENTI AMULHER MAIS AMADA ,MAIS FELIZ FUI ABANDONADA,DORMI ACOMPANHADA E ELE AMANHECEU E ME DEU UM TCHAU, DISSE Q ESTAVA MUITO CANSADO ,SOBRE CARREGADO DE MUITOS PROBLEMAS,COM MINHA AMILIA Q ME AMAVA DEMAIS MAIS FOI EMBORA NINGUEM NUNCA ME DECEPCIONOU TANTO SOFRO DEMAIS COM ISSO, ENTÃO TUDO Q VIVI NÃO ERA AMOR AMOR NÃO EXISTE...

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  15. Certamente, o amor existe. Mas, existem várias formas ou qualidades de amor. Entretanto, nem sempre quando amamos alguém, somos devidamente correspondidos.

    Depois, há várias fases do amor: encanto, paixão e o amor perene. Esse último, nunca acaba.

    Se vivemos uma grande paixão, pensando em viver um grande amor, corremos forte risco de findarmos numa grande decepção.

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  16. """O que precisamos primeiro é aprender a nos amar, para não fazer do outro a nossa muleta...hehehe """

    E Viva o egoismo que esta matando o ser humano...

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  17. "Aprender a viver,antes de mais nada,é aprender a viver só."

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  18. Acho que para discutir o casamento, deveriamos situa-lo no tempo. Casamento na idade média, casamento ha 100 anos e casamento hoje, ao meu ver, têm conotações completamente diferentes. Digo isto pois, salvo algumas excepções, de alguns bons anos para ca (acho que de 4 gerações) a idéia do casamento foi se ligando ao romantismo, ao amor, à alma gêmea (este ultimo ja se fazendo uma conexão à espiritualidade). A fidelidade surgiu para impedir a divisão patrimonial e evitar o empobrecimento. Eram arranjos familiais que deixaram traços comportamentais nas gerações seguintes.Nunca acreditei na fidelidade carnal, e sim, à fidelidade da alma, ou na fidelidade de sentimentos. Ninguém pertence à ninguém, na mesma medida que ninguém possui ninguém. Pura ilusão. Não digo que não devemos ser fiéis uns aos outros, que seja por uma questão de principios, ou que seja por outros motivos (todos validos), mas deve ser natural a cada um, verdadeiro, e não uma regra imposta pela sociedade ou outros. Para ser fiel à outro, precisamos antes sermos fieis à nos mesmos. Se ser fiel ao outro implicaria numa situação dada, ser infiel à teu ressentir, então qual é o sentido ou a valia da tua fidelidade? Serias fiel de corpo, mas não fiel na tua alma, não é? Para amar ao outro, precisamos antes amarmos à nos mesmos. Respeitar em primeiro lugar à nos mesmos, para podermos em seguida respeitar ao outro. Tento sempre que posso (e que me lembro) de me "desdomesticar" de tudo que me foi imposto. A visão romantica, desta imediatização novelistica do que se pensa ser a vida real é doentia, na medida que milhares de pessoas sofrem de amor, sofrem por amor, passam anos e uma vida inteira a procurar esta ilusão ou a esperar que um dia o sapo ou sapa com a qual se casou, se transforme no tal principe (princesa) amado(a). Não estou aqui dizendo que o amor não exista nesta forma do par perfeito, mas o longo da minha vida conheci pouquissimos casais que pudessem se enquadrar neste quadro rosa de equimibrio tão perfeito. Não sou contra o casamento, alias, não sou contra a nada. Respeito às escolhas de cada um, pois não acredito numa verdade absoluta e sim na verdade de cada um. Cada um escolhe e vive sua propria escolha, e isto é escola de vida, cada um sabe o que precisa viver para aprender ou ser feliz. O casamento têm sua utilidade na ajuda de uma construção de base de uma sociedade, familia e individuos. Mas penso que com o tempo e a evolução da humanidade em todos sentidos, caminharemos certamente para uma outra forma de organização, de relação, de interação. Quem sabe mais honesta e verdadeira, mais coerente com o intimo de cada um, permitindo à todos crescer e evoluir com mais liberdade e consciência.

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  19. Olá concordo com o seu questionamento sobre o casamento,pois ele tem passado por diversas mudanças tanto sociais como culturais,o modelo da familia nuclear burguesa hoje apresenta uma nova leitura na sociedade contemporranea atual.

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  20. Monique,

    boa análise sobre o casamento. Mas, o problema do 'amar a si mesmo' é o que se entende por isso. Também está ligado à questão do bem. O que é o bem. Tem muito 'bem' que não é nada bom para as pessoas, mesmo assim teimam em querer para si esse 'bem'.

    Para me amar, tenho que saber antes qual bem desejo para mim.

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